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Interview : Fobia contra idosos: por que o ageísmo ainda é uma regra nas sociedades?

RFI - Bresil

" Políticas públicas e combate de estereótipos

Detectar como o envelhecimento da população mobiliza as administrações locais, gerando políticas públicas em prol dos idosos e da evolução do olhar sobre a idade é o objetivo da agência de estudo e conselho Generacio. Dentro dessa filosofia, a diretora Elodie Llobet espera combater estereótipos de tabus em torno da questão.

“Frequentemente, quando se fala de um idoso, ele é reduzido à sua característica de sênior. Esquece-se que, antes de tudo, ele é uma pessoa, que ele existe, tem uma vida, paixões, competências… Foca-se em suas incapacidades ao invés de valorizarmos os dons dessa pessoa para enriquecer a sociedade”, avalia.

Llobet questiona até mesmo a utilização de certos termos para designar os idosos que podem ser pejorativos, como “sênior” ou até mesmo a expressão “terceira idade”. A especialista considera que, com a evolução das populações, já existe hoje a quarta idade. Ela lembra, por exemplo, que a maioria das famílias francesas atualmente são formadas por quatro gerações.

Entretanto, Llobet percebe que, apesar de a expectativa de vida evoluir ao longo dos anos, o preconceito contra os idosos é uma constante. “Nas próximas décadas, vamos ver o aumento de pessoas de 75, 80 anos no mundo. Por isso, é urgente pensar sobre como iremos manter essas pessoas integradas na sociedade. De que forma não os excluiremos? Adaptando nossas cidades, os transportes, as residências para que essas pessoas não sejam desligadas da sociedade”, avalia.

A especialista ainda aponta para outro novo fenômeno: os novos aposentados. Llobet lembra que ao deixarem de trabalhar, a partir dos 60 anos, as pessoas gozam de boa saúde e muita energia para uma etapa da vida na qual querem investir, experimentar e aproveitar.

“Esses ‘jovens aposentados’ quebram todos os códigos dessas imagens pré-concebidas que há dos seniores. Ao assumirem essa nova forma de amadurecer, eles enviam um sinal importante para a sociedade que, com o tempo, vai ter que incorporar essas novas características da população e se transformar”, afirma."